Em 1992 o neurocientista Richard Davidson teve um encontro com Tenzin Gyatso (14º Dalai Lama) que mudou o rumo de suas pesquisas. Até aquela época este investigador norte-americano tinha dedicado sua carreira a interrogar-se por que é que as pessoas respondiam às contrariedades da vida de forma diferente. E como lidar com o estresse, ansiedade e depressão? Convidado a visitar o líder tibetano na sua residência em Dharamsala (Índia), Davidson, depois de explicar o seu trabalho científico de uma década, ouviu uma pergunta que mudou o rumo de suas pesquisas. Disse-lhe Dalai Lama: “Admiro seu trabalho. Você tem usado os meios modernos da neurociência para estudar o estresse, a ansiedade e a depressão. Por que é que não usa essas mesmas ferramentas para estudar a gentileza, a bondade e a compaixão? ” A partir daí essas três palavras, jamais citadas em um estudo científico, passaram a ser o centro de sua busca. A questão, que Davidson descreveu como “um despertar total”, o levou a reorientar sua pesquisa.

Na verdade, aquilo que o Dalai Lama pretendia saber era o que é que os meios modernos da neurociência poderiam revelar sobre o cérebro de pessoas que, nas palavras do Dr. Davidson, “cultivavam o bem-estar (…), cultivavam qualidades da mente promotoras de uma perspectiva positiva”. Em 2008 o Dr. Richard Davidson fundou e preside o Centro de Investigação de Mentes Saudáveis na Universidade de Wisconsin-Madison, um dos mais modernos centros de pesquisas e onde são realizadas pesquisas interdisciplinares, com rigor científico, sobre as qualidades positivas da mente, como a gentileza e a compaixão. Outros pesquisadores estão desenvolvendo estudos importantes sobre a alegria (Robert Emmons, da Universidade da Califórnia), a gratidão (David DeSteno, da Northeastern University), a felicidade (Todd Kashdan, da George Mason University) e constatando resultados para uma melhor saúde e melhor comportamento para quem aprende a se conectar com esses estados.

Na verdade, todos podemos nos conectar com dois grupos bem diferentes de emoções. Grupo 1: Alegria, otimismo, gentileza, compaixão, gratidão, bondade, altruísmo e felicidade. Grupo 2: Tristeza, pessimismo, medo, raiva, inveja, insensibilidade, egoísmo e apego. Não é suficiente apenas querer se conectar com o Grupo1. Em nossas vidas, grande parte do sofrimento é causado não por causas externas, mas pelo surgimento de emoções perturbadoras. E o melhor antídoto para esta situação é desenvolver a capacidade de conectar com as emoções que nos fazem bem. Esta é uma habilidade que pode ser desenvolvida. No novo DOM temos várias Técnicas, orientações e práticas para nos conectar com o que nos leva a saúde, equilíbrio, bem-estar, produtividade e satisfação. Enquanto não participa do novo DOM você pode se exercitar. Observe que tipo de conversas (internas e externas) que você se envolve e em qual dos dois grupos você se conecta na maior parte do seu dia.

Fique bem, um abraço e até breve, Evandro Mota.